Rapidinhas da Reina
Fonte: O Filtro
1. Com dólar em queda, tensão diminui um pouco
Depois de cinco anos, o Banco Central entrou no mercado vendendo dólares e conseguiu levar a moeda americana a uma leve queda, de 1,34%, o que diminuiu um pouco a tensão. O Valor Econômico (para assinantes) informa, com base em números do BC, que há um forte "componente especulativo" para a disparada do dólar. Nos três primeiros dias deste mês, quando a moeda passou de R$ 1,91 para R$ 2,05, o ingresso de dólares no mercado cambial superou a saída em US$ 514 milhões. Ou seja, havia dinheiro sobrando, mas mesmo assim a cotação subiu. A Folha (para assinantes) diz que o governo decidiu mudar mais uma vez as regras do depósito compulsório que os bancos têm de fazer diariamente ao BC, elevando o crédito. Foram liberados, só ontem, mais R$ 23,2 bilhões. No sábado, o grupo dos países emergentes (G20), liderado pelo Brasil, se reúne em Washington para discutir a crise.
2. Brasil deve sair "relativamente ileso" da crise, diz FTA
pesar do pânico na Bovespa e da alta do dólar nos últimos dias, o diário britânico Financial Times publica uma reportagem nesta quinta-feira dizendo que o país deve sair "relativamente ileso" da crise financeira global. Isso porque, segundo o FT, os bancos brasileiros estão menos expostos a riscos que as instituições americanas ou européias. "Somente 10% do crédito bancário nacional é obtido fora do Brasil”. Não que isso seja motivo para relaxar, e o Banco Central sabe disso.
3. Tesouro americano pode comprar ações de bancos
O Tesouro dos EUA estuda adquirir participação acionária em vários bancos americanos "para tentar recuperar a confiança no sistema financeiro", como diz o The New York Times. Segundo funcionários do governo americano, o pacotão aprovado pelo Senado na semana passada permitiria essa operação, assim como foi anunciado pelo Reino Unido ontem. O plano ainda é preliminar e não está muito claro como se daria esse processo, mas a idéia é que a aquisição de ações pelo governo seja uma decisão facultativa dos bancos, mesmo os que não foram atingidos pela crise.
4. Kassab abre 17 pontos sobre Marta em pesquisa
Se o PT ainda não estava preocupado com a ascensão de Gilberto Kassab (DEM) na corrida pela prefeitura paulistana, chegou a hora de ficar em estado de alerta. A Folha (para assinantes) divulgou hoje a primeira pesquisa Datafolha do segundo turno. Kassab aparece com 54%, ante 37% de Marta Suplicy. A diferença está justamente entre os eleitores que votaram no tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno - 74% pretendem migrar para Kassab no embate com Marta. O Estadão informa que o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, ficará duas semanas em São Paulo para tentar articular um plano de inversão do cenário desfavorável. Para Lula, a campanha de Marta deixou Kassab "correr solto" na disputa por votos da classe média, o ponto fraco petista. Talvez seja tarde demais...
5. O que é isso, companheiro?
O Globo (para assinantes) traz uma história curiosa sobre as eleições no Rio de Janeiro. O ex-deputado petista Vladimir Palmeira anunciou apoio a Eduardo Paes (PMDB) em detrimento de Fernando Gabeira (PV), com quem tem uma relação antiga. Em 1969, Palmeira, então líder estudantil, foi um dos 15 presos libertados pelo regime militar em troca do embaixador dos EUA Charles Elbrick, seqüestrado por um grupo do qual Gabeira fazia parte. Palmeira reconhece a ajuda de Gabeira naquela época, mas disse que a aliança do PMDB com o PT precisava ser respeitada. O título dado pelo jornal à chamada de capa sobre o assunto é dos melhores: "Você pagou com ingratidão" - uma possível referência ao samba Vou Festejar, de Jorge Aragão ("Você pagou com traição/A quem sempre lhe deu a mão").
6. Rio supera SP em número absoluto de homicídios dolosos
Pela primeira vez, o Estado do Rio de Janeiro teve mais homicídios dolosos (com intenção), em números absolutos, que São Paulo. No ano passado, foram 5.504 assassinatos em território fluminense, ante 4.877 em São Paulo. Os números, divulgados pelo Estadão, foram apresentados no Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dois estados, porém, tiveram queda na ocorrência desse crime em relação a 2006; a diferença ocorreu na intensidade dessa redução: em São Paulo, foi de 19,5%, e no Rio, apenas 3,6%. Em termos proporcionais, o Espírito Santos foi o estado mais violento, com uma taxa de 41,6 assassinatos por 100 mil habitantes.
7. Equador expulsa Odebrecht
Não teve jeito. O governo equatoriano ladrou, ladrou e acabou mordendo a Odebrecht, que foi declarada oficialmente como expulsa do país ontem. Segundo o Correio Braziliense, o presidente Rafael Correa considerou "pouco convincente" o plano da construtora de compensar o Estado pelos danos na hidrelétrica de São Francisco. Até ontem, a assessoria da Odebrecht ainda não havia recebido um comunicado oficial do governo. "Esta empresa está acostumada a fazer o que quer e isso não será aceito aqui", disse ao diário local El Comercio Galo Borja, ministro equatoriano de Minas e Energia.
8. China estuda venda de direitos sobre a terra
Caso seja aprovada, uma proposta a ser discutida na reunião anual do Comitê Central do Partido Comunista da China, que começa hoje, "irá revolucionar a vida dos 730 milhões de camponeses no país", segundo a correspondente do Estadão em Pequim, Cláudia Trevisan: trata-se da possibilidade de negociar os direitos de exploração da terra ou usar a propriedade rural como garantia na obtenção de crédito. Em outras palavras, seria o fim da propriedade agrícola coletiva, sob domínio do Estado, um dos últimos pilares do regime comunista chinês. O Diário do Povo, jornal oficial do PC, diz que a mudança é apontada como uma solução para diminuir a desigualdade de renda entre as zonas rural e urbana.
9. Em forte crise, Espanha suspende contratação de estrangeiros
Mesmo antes da crise financeira global, a Espanha já passava por um período turbulento. O índice de desemprego é o maior da década, atingindo 11,3% da população economicamente ativa. Diante disso, o governo tomou uma posição radical, como informa a BBC Brasil: suspendeu, por tempo indeterminado, a contratação de mão-de-obra estrangeira. Agora, só espanhóis ou imigrantes que já estiverem no país podem ser empregados. A medida, é claro, foi tachada de xenófoba por alguns sindicatos, mas o governo rebate que não tinha mais para onde correr.
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