2. Financiamento mais caro, com prazos menores
Uma prova de que o Brasil está acusando o golpe da crise está nos financiamentos. A Folha (para assinantes) diz que dados da Anefac (associação de executivos de finanças) indicam um aumento do juro médio de 7,39% para 7,45% e os prazos caíram de 24 para 12 meses nas lojas de produtos eletrônicos e de informática. Mesmo que o pacote americano venha a ser aprovado, a tendência é manter o aperto, pois o mercado ainda está muito hesitante.
3. Senado dos EUA vota hoje nova proposta do plano de salvação
Os jornais americanos noticiam que o Senado deve votar hoje uma versão alternativa do pacote de até US$ 700 bilhões para conter a crise financeira. Segundo o The Wall Street Journal, o governo Bush aceitou elevar para US$ 250 mil o valor de proteção de depósitos bancários, além de propor incentivos fiscais ao setor de energia alternativa. O The New York Times informa que a intenção do Senado é devolver à Câmara um projeto que mostre aos deputados uma preocupação maior com os correntistas e faça com que eles aceitem esse texto alterado. Depois da queda do cavalo na Câmara, é melhor não apostar em nada.
4. Crise aprofunda divisões na América do Sul, diz WPO
The Washington Post detectou mais um efeito da crise econômica para a imagem dos Estados Unidos: a credibilidade americana na América do Sul está minguando. O jornal afirma que líderes que costumam defender presença maior do Estado na economia, como Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia), estão aproveitando a crise para tirar vantagens políticas, mas destaca que até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que evitava atacar os EUA, passou para a linha de frente das críticas. O WP lembra as palavras de Lula na Assembléia Geral da ONU, na semana passada, e as de ontem, quando ele disse não ser justo que a América Latina, a África e a Ásia “paguem pela irresponsabilidade de setores do sistema financeiro americano”. A desastrada guerra contra o terror já havia minado a influência americana em todo o mundo, e a crise certamente vai agravar a situação. Ao que parece, as palavras de Hugo Chávez, de que “o mundo jamais será o mesmo após essa crise”, serão proféticas.Ciência
5. Os quatro (muy) amigos em Manaus
A imagem que ficou do encontro entre os presidentes do Brasil, Bolívia, Equador e Venezuela, em Manaus, foi a dos quatro dando as mãos, sinalizando uma suposta sintonia entre as nações. Suposta, é bom dizer, porque a relação entre o Brasil e seus vizinhos não é das melhores. Principalmente com o presidente do Equador, Rafael Correa, que reafirmou ao presidente Lula sua intenção de expulsar a Odebrecht de seu país, como relata o Estadão. Como as posições de Correa não são muito confiáveis, é bem possível que a construtora brasileira consiga chegar a um entendimento no Equador. E aí o sorriso de Lula em Manaus pode ficar um pouco menos amarelo.
Fonte: O Filtro
|