domingo, 7 de março de 2010

...e na VEJA: Dourado rouba a cena no BBB



FALOU O BRUCUTU
O lutador Marcelo Dourado:
em sua lógica absurda,
os heterossexuais não transmitem aids

O estraga-prazeres
Estava tudo programado para a décima edição do Big Brother Brasil
ser uma festa colorida. Mas eis que o machão Marcelo Dourado
botou fogo na casa

Toda madrugada, uma legião de mulheres gruda os olhos na transmissão em pay-per-view do Big Brother Brasil para acompanhar o banho do lutador Marcelo Dourado. "Tanto as meninas quanto as senhoras ficam enlouquecidas", diz Lilian Novaes, carioca que comanda o Tevescopio, blog que defende Dourado (hein? quem aqui neste blog se presta a este papel meio doente?? tsc tsc tsc).
Feioso e com cara de poucos amigos, o lutador não se enquadra no perfil de galã. Ainda assim, as fãs conseguem enxergar até esse atributo no marmanjo. Para outra parcela do público, porém, Dourado é um monstro. Com a escalação de um emo gay, uma drag queen, uma lésbica e heterossexuais simpatizantes, a décima edição do BBB era destinada a ser uma celebração da "diversidade", para usar a palavra em voga entre os politicamente corretos. Mas Dourado, de 37 anos (e que teve passagem apagada por uma versão anterior do BBB), estragou a festa. Militantes acusam-no de homofobia por declarações como a de que só os gays transmitiriam aids – que levou a Procuradoria da República em São Paulo a instaurar um inquérito contra a Globo. Há duas semanas, irritado com as fofocas da lésbica Morango, Dourado deu outra baixaria. Em meio a palavrões, vociferou que quebraria seus dedos e a despacharia para um hospital "se ela fosse homem".
Era de esperar que Dourado fosse defenestrado, já que esse tipo de agressividade não costuma dar ibope. "O Brasil teria de mudar para que alguém que não seja pobre ou bonzinho triunfe no BBB", diz o diretor Boninho. Essa percepção, no entanto, foi posta em xeque. Dourado bateu a lésbica num paredão com recorde de 77 milhões de votos. Na semana passada, a marca voltou a ser rompida: numa eleição de 92 milhões, ele venceu a namoradinha de seu maior desafeto, o modelo Eliéser. Ao que tudo indica, sua santificação não decorre de uma inclinação do público contra as minorias, e sim o oposto disso. Há a sensação de que ele está sofrendo uma discriminação às avessas – uma espécie de "heterofobia". É patente que a franca maioria na casa preferiria vê-lo pelas costas. Dourado se beneficia ainda da falta de outras figuras masculinas fortes. Seu contraponto, o também fortão Cadu, é fofo demais para ser macho alfa.
Há, por fim, a influência das torcidas organizadas – gente que passa o dia participando de correntes de votações. Na semana passada, a animosidade entre comunidades pró e contra Dourado atingiu nível crítico. A niteroiense Susan Mello, autora de um blog que desanca o rapaz, o De Cara pra Lua, denunciou ameaças. "Falaram até que vão dar um tiro em mim", diz ela. A vida não está nada dourada neste BBB.
Fonte: http://veja.abril.com.br/100310/estraga-prazeres-p-145.shtml

Claudia é eliminada, e Dourado consolida favoritismo no 'BBB' 10
2 de março de 2010
Jeito bronco, mas sincero, rende fãs
A eliminação da paulista Claudia do Big Brother Brasil, nesta terça, com 62% dos votos, serviu menos para separar o casal neura formado pela empresária e pelo modelo Eliéser que para consolidar o favoritismo do gaúcho Marcelo Dourado. A despeito das polêmicas que levanta, ou por elas, o lutador vem semana a semana se sagrando como o principal candidato ao prêmio de 1,5 milhão de reais. Nesta terça, mais uma vez, foi o menos votado pelo público - recebeu só 11% dos mais de 92 milhões de votos, contra 27% da dançarina Lia.
"Esse BBB não é colorido, é Dourado!!!", dizia uma mensagem que o diretor do reality show, Boninho, chegou a replicar em seu microblog Twitter no último dia 19. Boninho não toma partido por nenhum participante, mas deve estar eufórico com a escalada do gaúcho. Em um programa repleto de gays e simpatizantes, o brucutu Dourado é o contraponto capaz de enervar espíritos e incendiar discussões.
Em um papo descompromissado na piscina, chocou a linguista Elenita, defensora dos homossexuais, ao dizer que "hétero não pega aids". "Acho que isso que você está falando é um retrocesso. A gente lutou tanto para que as pessoas soubessem da prevenção e você fala isso?", disse a brasiliense. Em outra ocasião, o lutador deixou a mesa, durante uma refeição, porque a drag queen Dicesar começou a falar sobre beijar outros homens. Perdeu a fome, explicou-se. Nesta semana, ao se ver no paredão com Lia e Claudia, soltou: "Vou disputar com duas gostosas."
A sua fama de machão homofóbico, engrossada por arrotos sonoros e outras manias, deu até na Advocate. A revista americana pediu, a exemplo de comunidades criadas em blogs e no Facebook, a cabeça de Dourado. Em vão. Ele não deixou o programa e ainda tem tudo para ir até a final. É o que indicam as cartadas do público, que há cerca de um mês lhe concedeu o poder supremo de alterar um paredão - usado para salvar a si mesmo - e criou ainda mais comunidades a seu favor do que contra.
Egresso da quarta edição do BBB, vencida pela babá carioca Cida, Dourado ganhou uma segunda chance no programa em 2010. Seu nome foi o escolhido pela também gaúcha e ex-BBB Joseane. A ex-miss Brasil retornou ao reality show após a vitória, numa prova de resistência. Mas deixou o BBB na primeira semana. A julgar pela recepção que teve por parte dos outros participantes, era de se esperar que o lutador também saísse da casa voando, mas, com um pouco de sorte - ele obteve imunidade nas primeiras semanas - e tempo, Dourado foi conquistando o seu público. Bem longe dos coloridos, vale dizer.