sábado, 18 de julho de 2009

3a. Temporada de Big Love na HBO #1

Bill Henrickson (Bill Paxton) é um polígamo contemporâneo que vive no subúrbio de Salt Lake City no estado de Utah, Estados Unidos, com três esposas, sete filhos e uma avalanche de responsabilidades.

Dono de uma promissora cadeia de lojas de artigos para casa, Bill luta para manter o equilíbrio entre as necessidades financeiras e emocionais de suas esposas e ainda manter em segredo seu estilo de vida, uma vez que a poligamia foi proibida pela Igreja Mórmon há mais de um século.

Barb, Nicki e Margene (Jeanne Tripplehorn, Chloë Sevigny e Ginnifer Goodwin) vivem em casas contíguas e compartilham a vida familiar ao mesmo tempo que, convenientemente, tratam de atender suas necessidades individuais.

Tom Hanks e Gary Goetzman, através de sua produtora Playtone, encabeçam a produção executiva desta original e polêmica, mas sobretudo real, história que somente a HBO se atreve a revelar.

No ano passado, um relatório dos Attorney General's Offices de Utah e do Arizona revelou que pode chegar a 40.000 o número de pessoas que praticam poligamia nos Estados Unidos.

A Terceira Temporada de Big Love
por Louis Vidovix
“Big Love – Amor Imenso” é o filé mignon da programação atual da HBO. Ainda assim, está longe de ser tão reconhecido por público e crítica como foram anteriormente os carros-fortes da emissora, os dramas “Família Soprano” e “A Sete Palmos”. É tão pouco badalada que, apesar da terceira temporada já ter sido toda exibida nos Estados Unidos, metade dos dez episódios dessa leva ainda não tem legenda disponível – e os fãs que não tem um bom nível de inglês e não querem esperar pela transmissão na TV a Cabo (ou então aqueles que não pagam por canais adicionais, nem fazem um “gato” na antena do vizinho) vão ficar sem reencontrar a família polígama mais querida da televisão mundial por tempo indeterminado. Apesar da quarta temporada já ter sido confirmada pela HBO americana, o programa também não é um estouro por lá; tem uma audiência displicente e, mesmo tendo sido indicado a quatro Globos de Ouro (Melhor Série Dramática e Melhor Ator, por dois anos consecutivos), também não é amplamente reconhecido pelas cerimônias de premiação (o elenco precisava muito de uma indicação conjunta ao SAG e por que Jeanne Tripplehorn nunca foi indicada ao Emmy está além da minha compreensão).

Minha posição está clara: “Big Love” é uma série muito, muito subestimada. E olha que nem me coloco entre seus maiores admiradores e, sem-querer-comparar-mas-já-comparando, também não acho que esteja no mesmo patamar de qualidade de um “A Sete Palmos”. Mas é boa demais, ninguém pode negar. Tanto que Tom Hanks embarcou no projeto desde o início e se mantém envolvido até hoje, como produtor executivo. Também foi a série que revelou Dustin Lance Black, ganhador do Oscar pelo roteiro de “Milk – A Voz da Igualdade”. Como mencionou no discurso ao receber o prêmio, ele foi criado numa comunidade mórmon, e sua adição ao time de roteiristas foi imprescindível – Dustin deu detalhes de roupas, comportamentos, ritos etc. e tal que enriqueceram o universo que “Big Love” apresenta. Consequentemente, também veio a assinar o roteiro de alguns episódios e passou, a partir desse terceiro ano, a ser creditado como co-produtor.
Explico melhor para quem não está familiarizado com o plot: “Big Love” é um drama adulto, vendido pela HBO como muy polêmico e controverso, sobre uma conservadora família mórmon que pratica poligamia no Estado de Utah, onde tal prática é ilegal. Ou seja, eles vivem na surdina, tomando todas as cautelas e precauções para que nem mesmo os vizinhos descubram sua condição. Bill (Bill Paxton) está em conflito constante com o líder da comunidade mórmon onde passou sua infância – mas ao mesmo tempo em que deixou para trás aquele ambiente rural, pobre, retrógrado e subdesenvolvido para se tornar um homem de negócios bem-sucedido, Bill não abandonou os princípios de sua religião. É um fiel devoto que acredita na pluralidade de casamentos, e tenta levar uma vida correta e harmoniosa, apesar das suas três esposas serem bastante diferentes. A primeira, Barb (Tripplehorn), não foi criada com o “Princípio” e foi rejeitada por toda família quando concordou em viver com Bill sob essas regras. A segunda, Nicki (Chloe Sevigny), veio da comunidade assim como Bill, e é filha do líder local com quem o marido está sempre se atracando. E a terceira, Margene (Ginnifer Goodwin), era a babá da família, é bem mais nova que Bill, infantilizada e imatura. Dos oito filhos desses casamentos, a ênfase maior é nos dois mais velhos, interpretados por Douglas Smith e Amanda Seyfried (sim, a mocinha de “Mamma Mia!”).

Devorei a terceira temporada em sequência só para ficar me perguntando como pude ter deixado de lado por tanto tempo – não vou entrar em detalhes para aqueles que não viram os episódios poderem acompanhar o texto. “Big Love” é viciante, envolvente, tenso, e por vezes, não me aflora as melhores sensações. Tem muito personagem mau caráter, e o medo de que a família possa ser exposta a qualquer momento me agoniza. Mas eu amo as sister-wives do fundo do coração, e os “vilões” (que existem aos montes) são daqueles que adoramos odiar. Só Bill não me apetece muito. Paxton está sempre com a mesma cara de contrariado, e esse samba-de-uma nota-só fica ainda mais vergonhoso quando comparado com o desempenho fenomenal das três esposas. Outra que cresceu bastante nessa temporada foi Amanda Seyfried – sua personagem ganhou espaço; teve uma trama ótima que ela tirou de letra e, por mim, seria indicada ao Emmy de Atriz Coadjuvante. A quem se pergunta: sim, a história da Ana, a pretendente a quarta esposa, não é deixada sem solução. O problema é que tudo se encerra rápido demais (num único episódio, acontecem todos os eventos que levam a esse desfecho). Houve ainda nova participação de Ellen Burstyn e, nos três últimos capítulos, de Zeljko Ivanek, que está em todo raio de série hoje em dia (”Damages”, passando pelo Piloto de “The Mentalist”, pelo homem que faz todo mundo de refém em “House”, pelo vampiro-líder em “True Blood” e, ao que me dizem, por “Heroes” – que não vejo).
Ainda duvida que “Big Love” seja coisa fina?