terça-feira, 17 de março de 2009

Pausa no BBB - Nova parada cardíaca impede doação de órgãos de Clodovil

Nova parada cardíaca impede doação de órgãos de Clodovil
17 de março de 2009 • 19h00 • atualizado às 19h09

O deputado federal e estilista Clodovil Hernandes (PP-SP) sofreu uma parada cardíaca e não vai poder mais doar nenhum órgão. A parada ocorreu na noite desta terça-feira, no momento em que a equipe se preparava para iniciar o processo de retirada dos órgãos para transplante. A informação foi confirmada pelo hospital Santa Lúcia, em Brasília.

Por volta das 16h, médicos da equipe do hospital anunciaram que Clodovil Hernandes apresentava quadro de morte cerebral. A confirmação foi feita depois de uma série de exames realizados ao longo do dia.

Clodovil deu entrada no Hospital Santa Lúcia às 8h17 de segunda-feira, após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Naquela tarde, o deputado teve uma parada cardiorrespiratória de cerca de cinco minutos por volta das 14h15, mas foi reanimado pela equipe médica. Um dos exames foi o "doppler transcraniano", feito para medir o fluxo de sangue no cérebro do paciente.

O deputado desejava doar seus órgãos. As autoridades de saúde do Distrito Federal haviam se comprometido a avaliar a viabilidade deles para transplante. Seriam retirados os rins, o coração, o fígado e a córnea de Clodovil.

O parlamentar já havia apresentado problemas de saúde em setembro do ano passado, quando foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Oswaldo Cruz, na capital paulista, após sofrer uma embolia pulmonar.

Em agosto de 2008, o deputado passou por uma cirurgia para tratar um problema urológico, que surgiu como seqüela da retirada de um câncer de próstata, descoberto em Clodovil em 2005, quando ainda trabalhava como apresentador de TV.

Nascido em 17 de junho de 1937 em Elisiário, interior de São Paulo, Clodovil foi criado por pais adotivos. Ele foi estilista e apresentador de televisão por mais de 40 anos. Em 2007, iniciou seu mandato na Câmara dos Deputados. Quem assume seu lugar na Câmara é Jairo Paes Lira, do PTC de São Paulo, segundo a Agência Câmara.
Médicos que acompanham o deputado Clodovil Hernandes (PR-SP) informaram que foi constatada a morte cerebral do parlamentar às 15h45 desta terça-feira (17).
O boletim médico divulgado logo cedo já dizia que o quadro clínico do deputado permanecia de "extrema gravidade". O parlamentar sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e foi encontrado caído ao lado da cama na segunda-feira (16). Durante a manhã desta terça-feira, Clodovil passou por exames que ajudaram a detectar a morte cerebral. O primeiro exame feito deu resultado “inconclusivo”, segundo assessores do deputado. A assessoria do deputado informou então que novos médicos iriam avaliar o estado clínico do parlamentar e um novo boletim seria divulgado às 16h pelo hospital.

Os médicos disseram que a córnea, a íris, o fígado e o coração do deputado devem ser retirados. Eles serão avaliados para ver se há possibilidade de doação. Segundo os médicos, a autorização para a retirada foi dada por assessores do deputado e pelo Ministério Público, uma vez que ele não tem parentes próximos com os quais mantinha contato.

A assessora de imprensa do deputado, Berta Pellegrino, disse que Clodovil havia manifestado várias vezes a intenção de doar seus órgãos quando morresse.

O corpo do parlamentar deve sair às 22h do hospital Santa Lúcia para ser velado no Salão Negro da Câmara, por pelo menos duas horas. Depois, o corpo deve seguir para São Paulo, onde a previsão é que seja velado na Assembléia Legislativa. O enterro deve ser no Cemitério do Morumbi, em São Paulo. O horário ainda não está definido, segundo a assessoria do deputado.

A vaga de Clodovil na Câmara será ocupada pelo 1º suplente, Jairo Paes Lira, do PTC (SP). Em setembro de 2007, o estilista saiu do partido para ingressar no PR. O deputado foi acusado de infidelidade partidária e absolvido, na última quinta-feira (12) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em votação unânime, os ministros entenderam que o parlamentar não desrespeitou a legislação eleitoral ao deixar o partido. Com a morte de Clodovil, a vaga volta a ser ocupada pelo PTC.
Histórico
O deputado, de 71 anos, foi levado ao hospital por um assessor parlamentar por volta das 8 horas da manhã de segunda-feira.
Clodovil teve o acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico durante a madrugada e foi submetido a um procedimento de drenagem do sangue por meio de um cateter ainda pela manhã.

Na tarde de segunda-feira, a equipe médica havia informado que ele teve uma parada cardiorrespiratória de cerca de cinco minutos por volta das 14h15.

ENTENDA O QUE É UM AVC HEMORRÁGICO E COMO DEVE SER O SOCORRO

Um dos membros da equipe, o médico Alan Ricardo Coutinho Ferreira,
que já havia classificado o risco de morte como “muito alto”, havia relatado, ainda na segunda-feira, a piora no quadro. “O quadro clínico se agravou durante o período da tarde [do mesmo dia]. Por volta das 14h15 ele sofreu uma parada cardiorrespiratória que foi rapidamente revertida."

Biografia
Nascido em 17 de junho de 1937, em Elisário, cidade a 402 km de São Paulo, Clodovil foi adotado por um casal de origem espanhola, Domingos Hernandes e Izabel Sanches Hernandes. Não conheceu seus pais verdadeiros e estudou em colégio interno. Homossexual assumido, não casou e nem teve filhos.
Estilista de alta costura, ator, cantor, apresentador de TV e professor primário, Clodovil iniciou a carreira política quando se filiou ao PTC, em 2005. Em 2006, foi eleito deputado federal com 493.951 votos, terceira maior votação do estado de São Paulo. Seu mandato iria até 2011.Antes de ingressar na política, Clodovil foi professor primário, fez teatro, construiu longa carreira na televisão e foi estilista de sucesso.
Um de seus primeiros trabalhos na televisão foi no início da década de 80, quando apresentou o "TV Mulher", da TV Globo, voltado para o público feminino. Na época, dava dicas de moda e desenhava modelos ao vivo. Ele dividiu o cenário com a jornalista Marília Gabriela e com a sexóloga Marta Suplicy, que também ainda não tinha entrado para a política.