Presidente do Peru manda Evo Morales 'se calar' e não se meter com seu país
Alan García respondeu ao presidente da Bolívia por meio de jornalistas. Citando o rei da Espanha, ele repetiu o já famoso bordão 'Por que não se cala?'
Fonte: G1
AFP
O presidente do Peru, Alan García, mandou o seu colega Evo Morales "calar a boca" e não se meter nos assuntos internos peruanos. García também disse que os Estados Unidos não têm nenhuma base dentro de seu país.
"Teria de dizer como (o rei) Juan Carlos da Espanha, "Por que não se cala? (Por qué no te callas, em espanhol)", disse durante entrevista. Ele repetiu a frase usada pelo rei da Espanha para interromper o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na Cúpula Ibero-Americana de 2007, em Santiago do Chile.
"Meta-se com o seu país e não se meta com o meu, você já está puxando demais a corda, então, tenha cuidado com as conseqüências do que está fazendo", continuou García a jornalistas em Lima, referindo-se a Morales.
"Além disso, tudo está sustentado em mentiras grosseiras e manipulações, como dizer que no Peru existe uma base dos Estados Unidos. Que o senhor Morales venha ao Peru e diga onde está a base, mas o melhor que ele pode fazer é não se meter na política peruana e não dividir os peruanos", disse.
Mal-estar diplomático
Na segunda-feira, o governo do Peru havia chamado para consultas seu embaixador na Bolívia, Fernando Rojas, diante do mal-estar provocado pelas declarações de Morales sobre a suposta instalação de bases militares dos Estados Unidos em território peruano.
Em um ato público no departamento de Oruro, Morales felicitou, no sábado passado, a decisão do Equador de não permitir a instalação de uma base militar americana em seu território, e disse que agora Washington "está levando suas bases militares para o Peru".
O governo de Alan García interpretou estas declarações como uma "intromissão" de Morales em assuntos internos de seu país e decidiu chamar para consultas o embaixador Rojas.
A convocação de Rojas para consultas agrava as relações entre Bolívia e Peru, afetadas nas últimas semanas pelas diferenças sobre como enfrentar acordos comerciais da Comunidade Andina de Nações (CAN) e por recentes críticas de Morales a García.
Em maio, o presidente boliviano acusou Peru e Colômbia de pretenderem excluir a Bolívia da negociação comercial entre a União Européia (UE) e a CAN.
Além disso, Morales disse que o bloco "corre risco de desintegração" pela intenção peruana de aprofundar seu Tratado de Livre-Comércio (TLC) com os Estados Unidos.
As relações entre Peru e Bolívia viveram outro momento de tensão quando o governo de García apresentou uma queixa formal depois de Morales vincular autoridades peruanas em um suposto complô promovido pelos EUA para tentar extraditar o jornalista Walter Chávez, ex-assessor do presidente boliviano.
Outro motivo da polêmica aconteceu quando Morales disse que García é "gordo" e "pouco antiimperialista".
Com o do Peru, já são dois os embaixadores credenciados em La Paz a serem convocados para consultas por seus respectivos governos por problemas em suas relações com o presidente Morales.
Em 16 de junho, o governo dos EUA também convocou seu embaixador, Philip Goldberg, após uma manifestação violenta contra a representação diplomática americana em La Paz, onde milhares de pessoas protestaram pelo asilo político concedido a um ex-ministro acusado de genocídio na Bolívia.
Morales mostrou seu apoio a esse protesto - no qual a Polícia interveio com gás lacrimogêneo, pois os manifestantes pretendiam burlar a segurança da embaixada -, que resultou na convocação para consultas de Goldberg, que está fora da Bolívia desde 17 de junho.
Com informações de Reuters e EFE
Fonte: G1
AFP
O presidente do Peru, Alan García, mandou o seu colega Evo Morales "calar a boca" e não se meter nos assuntos internos peruanos. García também disse que os Estados Unidos não têm nenhuma base dentro de seu país.
"Teria de dizer como (o rei) Juan Carlos da Espanha, "Por que não se cala? (Por qué no te callas, em espanhol)", disse durante entrevista. Ele repetiu a frase usada pelo rei da Espanha para interromper o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na Cúpula Ibero-Americana de 2007, em Santiago do Chile.
"Meta-se com o seu país e não se meta com o meu, você já está puxando demais a corda, então, tenha cuidado com as conseqüências do que está fazendo", continuou García a jornalistas em Lima, referindo-se a Morales.
"Além disso, tudo está sustentado em mentiras grosseiras e manipulações, como dizer que no Peru existe uma base dos Estados Unidos. Que o senhor Morales venha ao Peru e diga onde está a base, mas o melhor que ele pode fazer é não se meter na política peruana e não dividir os peruanos", disse.
Mal-estar diplomático
Na segunda-feira, o governo do Peru havia chamado para consultas seu embaixador na Bolívia, Fernando Rojas, diante do mal-estar provocado pelas declarações de Morales sobre a suposta instalação de bases militares dos Estados Unidos em território peruano.
Em um ato público no departamento de Oruro, Morales felicitou, no sábado passado, a decisão do Equador de não permitir a instalação de uma base militar americana em seu território, e disse que agora Washington "está levando suas bases militares para o Peru".
O governo de Alan García interpretou estas declarações como uma "intromissão" de Morales em assuntos internos de seu país e decidiu chamar para consultas o embaixador Rojas.
A convocação de Rojas para consultas agrava as relações entre Bolívia e Peru, afetadas nas últimas semanas pelas diferenças sobre como enfrentar acordos comerciais da Comunidade Andina de Nações (CAN) e por recentes críticas de Morales a García.
Em maio, o presidente boliviano acusou Peru e Colômbia de pretenderem excluir a Bolívia da negociação comercial entre a União Européia (UE) e a CAN.
Além disso, Morales disse que o bloco "corre risco de desintegração" pela intenção peruana de aprofundar seu Tratado de Livre-Comércio (TLC) com os Estados Unidos.
As relações entre Peru e Bolívia viveram outro momento de tensão quando o governo de García apresentou uma queixa formal depois de Morales vincular autoridades peruanas em um suposto complô promovido pelos EUA para tentar extraditar o jornalista Walter Chávez, ex-assessor do presidente boliviano.
Outro motivo da polêmica aconteceu quando Morales disse que García é "gordo" e "pouco antiimperialista".
Com o do Peru, já são dois os embaixadores credenciados em La Paz a serem convocados para consultas por seus respectivos governos por problemas em suas relações com o presidente Morales.
Em 16 de junho, o governo dos EUA também convocou seu embaixador, Philip Goldberg, após uma manifestação violenta contra a representação diplomática americana em La Paz, onde milhares de pessoas protestaram pelo asilo político concedido a um ex-ministro acusado de genocídio na Bolívia.
Morales mostrou seu apoio a esse protesto - no qual a Polícia interveio com gás lacrimogêneo, pois os manifestantes pretendiam burlar a segurança da embaixada -, que resultou na convocação para consultas de Goldberg, que está fora da Bolívia desde 17 de junho.
Com informações de Reuters e EFE
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